Algo em mim que não me pertence.

E antes que me encha de perguntas e comece aquele interrogatório

irritante, digo logo que não queria essa sensação, tampouco esse sofrimento.

Era brincadeira, mas acabou ficando sério... A ponto de me sufocar. Tanto carinho me enlouquece, não posso suportar. Gosto de saber que alguém me vê assim, me sente assim; por outro lado, se ficar nisso por muito tempo, acabo machucando; não a outro ser, e, sim, a mim mesma. Logo a dor, que tanto quis evitar, me atinge. Dessa vez está pior. Parece que cresceu; esta é preparada, forte e intensa, ao contrário da primeira, que era frágil, tímida e saliente. Foi tão de repente que me deixou taciturna, em estado de choque. Tanto é que não consigo dormir, pois sinto a tua presença, o que é incrivelmente estranho, nunca dormimos juntos, nem nos meus sonhos mais sinuosos, onde tua presença era inevitável. Agora sinto que algo me persegue, talvez seja essa falsa angústia; tenho medo de cair em depressão, tanto medo que ficar acordada não é mais opção. Simples assim.