A melodia do novo embala as minhas noites sombrias e tropeças de uma forma estupidamente sagaz. Não é como se eu o quisesse, ou pestanejasse para obtê-lo. Só o tinha, sem que muito esforço fosse feito para isso. Esperava ansiosamente por ele, toda noite. E ele vinha, ele sempre veio. Pensei que não me deixaria. Um terrível engano, o pior de todos, talvez. O único que me venceu pelo cansaço, ou pode ter sido outra coisa. Tenho dessas coisas que não se podem explicar. E fui deixada; novamente. Percebeu quão terrível e aterrorizante pode ser quando desistem de você? Sinto isso com uma freqüência dolorosa, porém suportável. Com o tempo, acabei me acostumando. Isso acontece quando você não se importa tanto, é quase uma conseqüência. Talvez por ter consciência de que, um dia, todos te deixarão. Até os amontoados de palavras que, diversas vezes, escaparam da sua mente. É terrível se ver traída pelos seus próprios textos e sons, mas é real. E, estranhamente, tornou-se fascinante.

2 coments:

Anônimo disse...

Lindo, me lembrou o Caio F Abreu.
Não vou dizer que você escreve muito bem porque você já deve estar cansada de ler isso, né?
Beijão!

Dreisse Drielle disse...

Enfim, compartilho de toda esse opinião. É realmente aterrorizante perceber que desistem de você.
Eu também nem vou dizer o quão bem você escreve, Ju.
*-*
Beijos

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