Precisei escrever-te, para sentir você mais perto, em mim.
Há algo aqui que sente a sua falta, e isso não controlo, não domino.
Não é meu, não sou eu e não está só de passagem. Te quer sempre.
Quando não te vê chora, por isso transformou-se em um lago discreto.
Reflete a Lua, quando tem paciência para observá-la, e isso irrita-me.
A Lua era nossa e acende algumas lembranças que escondi na memória.
Naquela parte bagunçada, longe das outras; a que não costumo visitar.
Frequenta alguns de meus pesadelos, verdade, ainda assim mantenho-a distante.
Distância... Isso está me incomodando, posso mudar de assunto? Música, talvez?
Não quer? Tudo bem. Falemos do lago então. Não é comprido, lembra um círculo
mal desenhado, que seja, ainda é um círculo. É fundo, confesso, e a profundidade
só faz aumentar. A ausência tua que faz isso, não me culpe, não me importo com isso.
Não chega a me afetar, se é isso que quer saber. Aliás, pra que quer saber? Não, não responda.
Se for a mesma resposta que me dava meses atrás, não quero ouvir. Não preciso lembrar disso.
Mas não me machuca, não mais, tranquilize-se; estou bem. Sorrio e brinco mais, danço, canto, até pulo...
Tenho sido feliz. Mas, sabe, às vezes chove nesse lago. Uma chuva triste, de gotas grossas e fortes.
Cheias de saudade e abandono. Essa chuva é feita de lágrimas; as minhas. É que dói, vez ou outra,
e me faz chorar; talvez seja vontade de compartilhar tamanha felicidade contigo, lembra dos planos?
Então, deve ser isso. Nós teríamos sido felizes juntos, não é? Ou não, ninguém prevê o futuro,
mesmo assim sinto falta do que não tive, por sorte vai embora rápido, tão rápido quanto veio, do nada.
Só pra dividir, compartilhar, te lembrar da minha existência e desse pedacinho minúsculo meu que te
guarda em mim. Só pra chorar. Aliviar um pouco, descansar. Volta não, fica aí, eu te peço. Se voltar vai fazer minha felicidade fugir e eu a amo muito para perdê-la do modo que perdi você. Certo? Eu aqui, você aí, uns sorrisos
e olhares e já tá tudo bem. Fica feliz, igual a mim, só relaxa. E se cuida, que eu não o faço mais.
Desculpe a bagunça, veio assim e não quis mudar. 24.4.11 noite
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